Morre Chris Cornell, do Soundgarden e do Audioslave, aos 52 anos

Agente do cantor e compositor classificou a morte como 'súbita e inesperada'

DETROIT — Morreu aos 52 anos, na noite desta quarta-feira, o cantor e compositor Chris Cornell, famoso por liderar o Soundgarden e o Audioslave. O agente do músico, Brian Bumbery, confirmou à agência Associated Press que o artista morreu "de forma súbita e inesperada" em Detroit, nos Estados Unidos.

Segundo Bumbery, a viúva Vicky e a família de Cornell (ele tinha dois filhos, Toni e Christopher) estão em choque. Os parentes, que agora auxiliam os legistas na identificação da causa da morte, pediram privacidade. A polícia local investiga a morte como suicídio. Um oficial disse à "Variety" que o corpo do cantor foi encontrado no banheiro do quarto de hotel com uma corda em volta do pescoço.

Cornell comandou um show do Soundgarden horas antes de morrer, e aparentava empolgação, além de estar em boa forma. Ele estava no meio de uma turnê pelos Estados Unidos, cujos ingressos estavam esgotados. Faltavam seis apresentações, até a conclusão da tour, em 27 de maio.

Reconhecido como um dos pioneiros — e dono de uma das melhores vozes — da cena grunge de Seattle, nos anos 1990, o americano fundou o grupo Soundgarden. A formação musical ganharia fama pelos troféus no Grammy com as canções "Black Hole Sun" e "Spoonman".

Cornell esteve no Brasil em dezembro passado, para shows solo no Rio, em São Paulo e em Curitiba.

O Soundgarden se desfez em 1997 e voltou a atuar reformada em 2010. No hiato, o Soundgarden foi responsável pela música-tema "You Know My Name", de James Bond, o 007, em 2006. A primeira e única apresentação da banda no Brasil foi em 2014, como atração do festival Lollapalooza, em São Paulo.

Em 2001, Cornell se uniu a três ex-membros do Rage Against the Machine — Tom Morello, Tim Commerford e Brad Wilk — para fundar o Audioslave, supergrupo que alcançou grande sucesso naquela década, lançando três álbuns entre 2002 e 2006 — "Audioslave" (2002), "Out of exile" (2005) e "Revelations" (2006). Em maio de 2005, eles fizeram um show gratuito e histórico em Cuba, para 70 mil pessoas, tornando-se a segunda banda de rock americana a se apresentar no país. A performance acabou virando um DVD, lançado no mesmo ano.

O grupo se separou em 2007, quando Cornell deixou o projeto devido a "conflitos pessoais e diferenças musicais". Mas, em janeiro, o quarteto se reuniu para um um evento de protesto contra a posse do novo presidente dos EUA, Donald Trump, batizado de "Baile Anti-inauguração" (em tradução livre).

Outro famoso projeto em que Cornell esteve envolvido foi o Temple of the Dog, criado em 1990. Também considerado um supergrupo, reunia membros do Pearl Jam — o baixista Jeff Ament e os guitarristas Stone Gossard e Mike McCready — e do Soundgarden — Cornell, além do baterista Matt Cameron, que toca nas duas bandas.

O grupo foi formado para homenagear o vocalista do Mother Love Bone, Andrew Wood, morto de overdose em 1990. Gossard e Ament tocavam no grupo, e Cornell era um amigo próximo do músico. Ao mesmo tempo, os dois primeiros formavam o Pearl Jam com Eddie Vedder. O Temple of the Dog lançou apenas um disco, de mesmo nome, em 1991. A banda não tinha feito turnês até ano passado, 25 anos depois do álbum, quando fez cinco shows nos EUA.

Famoso pela performance em bandas, Cornell construiu também uma bem-sucedida carreira solo. Ele ainda compunha canções. Seu último álbum, "Higher Truth", de 2015, alcançou o top 20 nos Estados Unidos



 

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