Caos se instala na rede pública de saúde de Maragogi

Postos e maternidade fechados, Unidade de Pronto Atendimento (UPA) sem medicamentos, salários atrasados. O caos se instalou na rede pública municipal de Saúde de Maragogi, no Litoral Norte de Alagoas.

Os servidores decidiram paralisar as atividades na terça-feira (13), depois que a prefeitura descumpriu o acordo e o cronograma firmados com os trabalhadores para pagar, no dia 10 de dezembro, os salários de outubro e novembro, atrasados.

Na Maternidade Maria Vicência, os servidores instalaram uma faixa em que informam o estado de greve por falta de salários. Só os casos emergenciais são atendidos. No posto de saúde Eurico Wanderley, no Centro da Cidade, apenas a funcionária que cuida da limpeza compareceu nesta quarta-feira (14) para trabalhar. “Não veio ninguém e eu também vou embora”, disse.

O trabalhador rural Antônio Esperidião da Silva, 58 anos, saiu, ainda de madrugada, do Assentamento Aquidabam, na zona rural de Maragogi, em busca de atendimento na UPA Santo Antônio e no posto de saúde Eurico Wanderley, no Centro da cidade, mas não conseguiu.

Na UPA Santo Antônio, além dos salários atrasados, faltam medicamentos e material até para fazer um simples curativo.

“Estamos indo dar plantão por consciência profissional. A UPA está aberta. Mas, só atende às urgências e emergências, postura tomada há vários dias. O irônico é que mantendo-a aberta, nos expomos, pois nosso poder de resolutividade cai vertiginosamente”, lamentou um médico, que não quis se identificar.

Sem dinheiro até para o transporte entre suas casas e o local de trabalho, muitos servidores contratados da UPA já abandonaram o serviço. A secretária municipal de Saúde, Karen Benevides, informou que o município pagou o mês de outubro nesta quarta-feira, mas não informou quando o restante do cronograma será quitado.

“Só restabeleceremos os serviços em 100% quando pagarem novembro e o 13º salário”, afirmou o motorista Ely Sérgio Rocha. De acordo com ele, os servidores se organizam para realizar um grande protesto.

A defensora pública, Carolina Góes, foi procurada pelos servidores da Saúde e anunciou que vai ingressar com uma ação civil pública com objetivo de forçar o município a pagar os salários atrasados. Para isso, a ação será proposta com pedido de liminar, requisitando o bloqueio de parte das contas da prefeitura.

 

Fonte: gazetaweb.com

 

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